Lembro que quando menino, do tipo pré-se-já-ao-menos-isso-adolescente, fui convidado à festa da minha prima, outra desses
pré-qualquer-coisa. Eu não era lá muito de festas, e naquela época tocavam axé
em tudo quanto é boite de festinha - que eram sempre armadas de improviso nas garagens e salas de estar. Perdido no meio daquele terreno
alienígena eu me esforçava em imitar os passos das danças, temendo revelar que
era de vero eu o E.T. do lugar. Mui sábio que me achava, escolhi um modelo que me parecia nativo do planeta e macaqueei desengonçado cada um
de seus passos. Mas, numa perfeição cômica de inépcia
social, escolhi imitar logo uma garota.
Acho que foi cena muito
bizarra mesmo aquele G.I. Joe mal articulado, em concentração escolástica,
requebrando até o chão com o mindinho no canto dos lábios. Tudo ao som de “É o Tcham”.