sábado, 27 de junho de 2009

Chegou! E é lindo!

Senti-me um verme por ter pago apenas R$200,00. Abrindo e lendo um tanto, senti-me pior ainda.

A quem interessar:
http://www16.senado.gov.br/livraria/produtos.asp?produto=402

O site é do senado, mas eu garanto que é de confiança.

terça-feira, 23 de junho de 2009

“Right where I belonged”

Andei por esses dias lendo alguns contos distópicos de Kurt Vonnegut. Vale citá-los. Harrison Bergeron, disponível online, onde a sociedade leva o igualitarismo quase às últimas consequências; e 2 B R 0 2 B, também online, sobre um futuro onde a humanidade foi “curada” de todo os males biológicos, como o envelhecimento.

Foi o suficiente para despertar em mim uma certa curiosidade sobre o autor. Lendo algumas de suas entrevistas, descobri que é um sujeito de simplicidade intrigante, e que não é fácil entendê-lo. Fiquei encantado pelo seu humor, e estranhei bastante o seu “humanismo”. Mas vou deixar comentários sobre Vonnegut para outra data, hoje quero apenas colar aqui um trechinho (longo...) de uma entrevista, sobre coisas que, sim sim, são muitíssimo interessantes:
Q: When I was reading Dr. Kevorkian, I was reminded a bit of a Japanese film from a couple years ago called "Afterlife."

Vonnegut: I haven't heard of it.

Q: Its premise is that those who have recently died are taken to a waiting room for one week, during which time they must choose only a single memory from their entire lives which will endlessly replay for them, while all of their other memories are erased.

Vonnegut: So everybody's fucking, right?

Q: See, that's the peculiar thing. Maybe in your world or mine, everybody's fucking. But in this movie, some of the memories are much simpler, almost elegant. Many people can't choose a memory at all.

Vonnegut: See, that's a whole different culture. I don't know anything about it.

Q: Any idea what memory you might choose?

Vonnegut: [Long pause] I think it would be the moment where I was doing everything right, where I was beyond criticism. It was back in World War II. It was snowing, but everything was black. The trucks were rolling in. I was surrounded by my buddies. And my rifle was between my knees, my helmet on my head. I was ready for anything. And I was right where I belonged. That would be the moment. It would have to be the moment.

Q: There are not many moments in a man's life like that, I would imagine.

Vonnegut: No. But you know who gets those kinds of moments all the time? A musician. They're doing exactly what they're supposed to do. I look at a symphony orchestra and everybody's doing exactly right. How the fuck do they do that? It's like watching somebody's who's just inherited a big bunch of money. "Well, enjoy yourself.... I'm just gonna fuck off — you know what I'm saying."
Entrevista completa em: http://www.mcsweeneys.net/2002/09/16vonnegut1.html

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Melhor resenha já escrita

"This is one of those books that makes you ponder the deep mysteries of existence. Such as: since life is so short, why did I just waste five hours of it reading this drivel?"

sábado, 13 de junho de 2009

Um ária ao Cântico

Vai, deixa-me ser um perfeito imbecil. Sou um rapaz de 22 anos notando a grandeza da Bíblia em obra de ficção científica. Mencken que me olhe duplamente torto daí do post logo abaixo. Dane-se!, orelhudo. Leio atualmente A Canticle For Leibowitz - cujo autor é quase tão interessante quanto o próprio livro - e volta e meia sou assaltado por coisas como a que descreverei após uma breve contextualização.

O livro acontece em um período pós guerra nuclear, os restos de civilização espalham-se por desertos e quase todo o conhecimento acumulado pelas gerações anteriores foi destruído por movimentos que espiaram nos intelectuais as causas da ruína da humanidade. O mundo vive uma nova era medieval e a narrativa centra-se em um mosteiro que busca preservar o pouco do conhecimento que se pôde salvar até que surja no mundo um gênio capaz de reconectar com a atualidade os vestígios da civilização anterior. Esse cenário já é interessante, mas não há aí ainda nada de extraordinário. Calma lá!, já chego ao ponto, eu não me surpreenderia com um Mad Max monástico.

A grande sacada do livro é o tratamento dado aos ciclos da história humana. Quase todos os fatos desse mundo pós-nuclear têm um acontecimento gêmeo já tratado na bíblia, cuidadosamente referenciado através de símbolos sutis incorporados à narrativa. É inevitável a vontade de a partir daí comparar elementos da história recente com esse espelho bíblico. Eis que no livro há um momento - que obscurecerei para que não espolie a leitura alheia - em que paira a ameaça imperialista de um grande reino secular, um dos personagens então diz:
“Manassés, Ciro, Nabucodonosor, Faraó, César, Fulaninho da Coves – preciso continuar? Samuel nos alertou sobre eles, então nos deu um.”
Em 1 Samuel 8 está o fato referenciado. Tendo recebido dos anciões de Israel a incumbência de indicar um rei secular, Samuel tenta dissuadir o povo da idéia explicando a eles os problemas de um governo desse tipo (1Samuel 8.10-18). É incrível a acuidade profética com que esses desastres são descritos, todos eles estão muito recentes na memória dos despertos desse século - esses que se lembram ainda do início do século anterior. Continuando:
Porém o povo não atendeu à voz de Samuel e disse: Não! Mas teremos um rei sobre nós. Para que sejamos também como todas as nações; o nosso rei poderá governar-nos, sair adiante de nós e fazer as nossas guerras. (1Samuel 8.19-20)
O povo rejeita os avisos, como sempre tem rejeitado ao longo do tempo, cioso que é por poder secular.

Enfim, A Canticle for Leibowitz não é apenas uma narrativa sobre os ciclos tecnológicos de barbarismo e ascensão da história humana, como já vi em outras resenhas, mas dos ciclos da história humana como um todo, pintados na constante permuta simbólica entre Deus e coisas seculares.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Mencken e a Democracia

Não conheço quem tenha melhor fraseado a Democracia, Mencken tem as melhores tiradas. Com a ajuda desse site - e de algumas anotações próprias - separei uma lista com algumas de suas melhores citações sobre o assunto (começando com a minha preferida):

"Democracy is the art of running the circus from the monkey cage."

"Democracy is a pathetic belief in the collective wisdom of individual ignorance."


"Democracy is the theory that the common people know what they want and deserve to get it good and hard."

"Under democracy one party always devotes its chief energies to trying to prove that the other party is unfit to rule - and both commonly succeed, and are right."

"As democracy is perfected, the office of president represents, more and more closely, the inner soul of the people. On some great and glorious day the plain folks of the land will reach their heart's desire at last and the White House will be adorned by a downright moron."


— H. L. Mencken