quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Crônica incompleta de uma infância não tão distante

Lembro que quando menino, do tipo pré-se-já-ao-menos-isso-adolescente, fui convidado à festa da minha prima, outra desses pré-qualquer-coisa. Eu não era lá muito de festas, e naquela época tocavam axé em tudo quanto é boite de festinha - que eram sempre armadas de improviso nas garagens e salas de estar. Perdido no meio daquele terreno alienígena eu me esforçava em imitar os passos das danças, temendo revelar que era de vero eu o E.T. do lugar. Mui sábio que me achava, escolhi um modelo que me parecia nativo do planeta e macaqueei desengonçado cada um de seus passos. Mas, numa perfeição cômica de inépcia social, escolhi imitar logo uma garota.

Acho que foi cena muito bizarra mesmo aquele G.I. Joe mal articulado, em concentração escolástica, requebrando até o chão com o mindinho no canto dos lábios. Tudo ao som de “É o Tcham”.