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domingo, 19 de abril de 2009

Design em favor do terrorismo?

É fato óbvio que quase toda classe artística acredita que a pertinência a esse seleto grupo implica na obrigação de utilizar a sua obra e prestígio de forma "socialmente crítica". Creem ser um imperativo moral portar certos estandartes ideológicos. É a praga do artista engajado.

Sempre achei que o galho artístico que o design estende era uma ponte para essa desgraça. Eu tinha razão. Em uma rápida busca encontrei uma dúzia de sites dedicados ao design-ativismo. Naveguei algum tempo rindo das babaquices "inovadoras" de desobediência civil que alguns relatavam. Mas logo logo me deparei com esse pavão de estupidez humana:
http://www.guerrilla-innovation.com/archives/2006/01/000472.php

Acabou a graça.

Fighters+Lovers é uma companhia dinamarquesa que cria produtos estampados com mensagens de apoio às FARC e terroristas palestinos. Mais do que isso, até o início de 2006, a empresa anunciava que para cada camisa vendida, 5 euros eram doados aos dois grupos. Desde a sua criação a companhia foi alvo de protestos na Colombia e em Israel e recebeu uma série de ações judiciais. Os dois argumentos mais comumente usados em defesa desses filoterroristas, assassinos by proxy, variam entre (a) a ressalva cínica de que as doações eram destinadas apenas a atividades não violentas, e (b) a declaração de que a luta dos dois grupos sanguinários é justa. Isso tudo amarrado ao suposto direito democrático de foder com a democracia própria e alheia.

O primeiro argumento só passa mesmo pela garganta de um jumento. Ainda que a Fighters+Lovers fosse capaz provar por a+b que o investimento da doação seria não violento, trataria-se de um engodo. Imagine que seu vizinho ofereça abrigo, comida e roupa lavada a um bando de assaltantes enquanto estes planejam invadir a sua casa. Imagine também que ele faça isso plenamente ciente das intenções de seus inquilinos. De que importa se o seu vizinho estava ou não planejando pegar uma arma e se juntar aos bandidos? Ao fornecer direta e conscientemente os meios para a prática do crime, é claro que tanto o seu vizinho hipotético quanto os filoterroristas dinamarqueses da Fighter+Lovers são diretamente responsáveis por qualquer ato praticado por seus apadrinhados.

Já o segundo argumento vem logo acompanhado da velha brutal permuta lógica, que torna o povo Israelense e Colombiano os reais agressores das doçuras que são os terroristas. As FARC por exemplo querem apenas tornar a Colômbia sei lá... uma grande Disneyland onde todos andam de graça nos brinquedos e comem cachorro-quente até fartar (Pinóquio alguém?). Que mal tem se matam, sequestram e extorquem alguns milhares de pessoas para isso?

Pergunte-se agora. Se a Fighters+Lovers acha que luta terrorista é justa, pra quê declarar que doa dinheiro apenas para atividades não violentas? Os dois argumentos em defesa da companhia são mutuamente exclusivos, uma prestidigitação covarde para distrair o leitor enquanto derrama um véu de seda sob a conclusão óbvia de que Fighters+Lovers e todos os seus clientes, além de serem cúmplices, apoiam o banho de sangue praticado pelas FARC e por terroristas palestinos.

No mês passado, 25 de Março de 2009, a Suprema Corte Dinamarquesa condenou 6 dos 7 membros da empresa à cadeia por apoio ao terrorismo. Ótimo? Não. A merda da pena é de meros 2 a 6 meses de prisão condicional. Quer mais? O site deles continua no ar, vendendo livremente o seu material subversivo. Talvez ainda fazendo doações secretas, quem sabe?

PS.: Não vou dar o endereço o site da Fighters+Lovers aqui para não dar audiência direta, use um buscador se quiser confirmar.